sábado, 16 de julho de 2011

Ao Querido Açude Velho



Como é agradável passear
Às margens do querido açude cor de lodo
Este belíssimo verde singular
Que nos apetece tão somente
Não faz distinção ao felicitar
O mais rico ou o mais pobre transeunte!

Esta imensidão de beleza e opulência
Diariamente, ponho-me a observar.
As damas com seus cheiros proeminentes,
A decomposição dos peixes, inertes a boiar,
Resultam numa peculiar essência
Que inevitavelmente me impele a vomitar!

À noite o espetáculo engrandece
A lua às águas empresta o brilho
O ébrio, a meretriz, o maltrapilho
Regozijam-se da vida sem querer
Numa felicidade vã enlouquecida
Que riqueza alguma pode trazer!

Oh! querido açude mal cheiroso
O prazer e a repulsa em ti se encerram
Passarás, assim, dia após dia, eterno
Reunindo sempre ao teu redor
Os filhos desta terra cansada
Que, como teus peixes, um dia morreram só!

Campina Grande, 21/11/07

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