quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Apologia à ignorância


Quem dera eu fosse um ignorante
Que da ciência nunca ouviu falar
Preocupar-me-ia com a vida simples e distante
Seria um simples homem, com simples coisas a pensar!

Teria tempo e paciência
Poderia, com calma, almoçar.
Fatigado do trabalho bruto, sem sapiência,
Deitar-me-ia às sombras, feliz, a cochilar!

Preocupações? Sim, teria!
Mas tristezas, não iriam me causar.
Os dias passariam numa incessante alegria
A vida terminaria com um gosto salutar!

Mas, o que é a vida esse incessante mistério?
Que do homem faz escravo do saber,
Que de mim fez um renegado do pensar,
Buscando na ignorância o segredo de viver!



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